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Santo António dos Capuchos


A história

As origens de um Convento e de uma comunidade religiosa em Tavira

O Convento de Santo António de Tavira, assim como o de Faro, foram fundados no princípio do século XVII e têm caraterísticas diferentes dos anteriores conventos construídos no Algarve. Existe diferença em relação à proximidade da água e verifica-se uma aproximação relativa da estrutura urbana. No ano de 1606, o bispo do Algarve, D. Fernando Martins de Mascarenhas, a Câmara da cidade de Tavira e o seu Alcaide-mor, Henrique Correia da Silva, escreveram ao Provincial dos Capuchos da Piedade, Frei Simão de Aveiro para que aceitasse a casa que lhe era oferecida para a instalação dos frades capuchos nesta cidade. A oferta foi aceite pelos prelados e, no ano seguinte, enviaram os religiosos para tomarem posse do sítio. O povo tinha igualmente grande desejo da presença dos capuchos na cidade, e estes, sendo a Ordem religiosa mais próxima do povo, eram sensíveis a esse pedido. No entanto, era pouco o seu poder para a fundação de um convento, cabia-lhes mais a garantia das condições para o sustento da casa e dos frades. Os frades capuchos tomaram posse de "(...) umas casas, que estão além da ponte, que une as duas partes da Cidade, que o rio corta ao meio", na sua chegada a Tavira, no ano de 1607. A indefinição da localização do convento levou-os a permanecerem por cinco anos nessas casas, onde "(...) se ordenou logo uma ermida, em que os frades diziam missa, e celebravam Divinos Ofícios em forma de perfeita Comunidade com coro, sino e clausura. Assim estiveram cinco anos nas sobre ditas casas, que gratuitamente lhes ofereceu António Peres, nobre Cidadão daquela Cidade, ajudando-os demais disto com suas esmolas."  A escolha do sítio para a construção do convento recaiu inicialmente na Ermida da Nossa Senhora da Esperança a que também chamavam de Espinheiro ou de Atalaia, localizada na parte da cidade onde já existiam outros conventos e num terreno usufruído pelo povo, um rossio. No entanto, mesmo depois de conseguidas as provisões reais, surgiram impedimentos para a o início da construção, pois do outro lado do rio havia grande interesse do povo para que ali se instalassem e se tomasse posse da Ermida de S. Brás, sendo avançadas ajudas para a obra. Tornaram a pedir provisão real e posse da referida Ermida. Antes do início das obras, viria a ser tomada uma decisão definitiva da localização do convento, aquando da vinda de um novo prelado que não concordou com a localização na Ermida de S. Brás, "(...) por ser um sítio de viva pedra, e recife, onde não havia, nem podia haver uma árvore verde, ou hortaliça alguma e tão seco, que nem para beber em todo aquele bairro, além da ponte, há fonte de água doce (...)" . Assim, retomou-se à opção inicial da Ermida da Nossa Senhora da Conceição e iniciaram-se as obras em dezembro de 1612, tendo-se construído o convento, numa parte do terreno do rossio público e no terreno de uma fazenda do nobre Pedro de Sousa, tendo sido construído primeiramente o muro da cerca.