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Sacristia

Trata-se de uma pequena dependência contígua à igreja onde se guardam os paramentos sacerdotais e os utensílios do culto, e onde os sacerdotes se preparam para o culto.

Assume uma composição arquitetónica contemporânea ao período logo após terramoto de 1755, sobretudo ao nível da cobertura, utilizando o mesmo tipo de abóboda de lunetas, muito idêntica à que cobre a nave central da igreja.

Nas Visitações da Ordem de Santiago às Igrejas Algarvias de 1518 encontra-se a primeira referência à existência de uma sacristia um tanto diferente por possuir sobrado, mas já em alvenaria e na parte sul da igreja.

Nas mesmas visitações de 1554 a sacristia é referida como possuindo um pequeno portal no lado norte que dá para um quintal onde caem as cordas do sino.

É provável que a sacristia antiga não tivesse ruído por completo com o grande terramoto e que a intervenção de Francisco Fabri apenas visasse a cobertura, conferindo ao edificado um aspeto mais neoclássico e visivelmente interligado com o restante edifício.

Assim presume-se que os azulejos oitocentistas e o grande lavabo de 1645 terão permanecido intactos ao abalo de terra.

Quanto aos azulejos, apresentam semelhanças formais com o período de intervenção do azulejista espanhol Gabriel del Barco em Portugal, sobretudo ao nível das molduras com as suas folhagens e volutas (azul-cobalto).

A repetição estilizada de vasos floridos com ramagem desenvolvida verticalmente, também são caraterística dos azulejos presentes na sacristia e que se encontram também na Igreja de São José dos Carpinteiros, em Lisboa, e que datam do final do séc. XVII. Também seguem o mesmo esquema do silhar da nave da igreja paroquial de Santo Quintino (Sobral de Monte Agraço), uma composição joanina realizada em 1738.

Portanto, estamos perante azulejos provavelmente do final do séc. XVII, princípios do XVIII.