Coleção Visitável
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Nota introdutória
O núcleo expositivo da igreja Matriz de Santa Maria do Castelo consiste num vasto conjunto de Arte Sacra que concretiza a pretensão da há muito constituição de um espaço dedicado à arte religiosa do vasto espólio tavirense. Onde seja revelada a importância do património sacro desta cidade e, simultaneamente, onde se possa chamar a atenção do visitante para a sua recuperação e salvaguarda.
Organizada pela Paróquias de Santa Maria e Santiago, esta exposição reúne um conjunto artístico diversificado, oriundo de várias capelas e igrejas da cidade e arredores.
As peças apresentadas constituem uma valiosa amostra do acervo artístico dedicado ao culto católico com maior interesse histórico-artístico, que se reuniu ao longo dos séculos em Tavira. A exposição integra peças que veem desde o séc. XV até ao séc. XX, numa diversidade de categorias que abrange: a escultura (maioritariamente em madeira); a ourivesaria (peças em prata e outros metais); o mobiliário litúrgico; a pintura; e a indumentária.
Pintura
São apresentados essencialmente espécimes pictóricos, dos quais são de destacar; o estandarte de Nossa Senhora do Rosário, séc. XVIII, com pintura a óleo sobre tela, representando numa face Nossa Senhora e no reverso a custódia. Sabe-se que está atribuído a Francisco Vieira Lusitano, considerado o melhor artista português do período joanino. Integrava a procissão dos painéis que se efetuava em memória do Terramoto de 1755, com saída da Igreja de Nossa Senhora do Rosário (São Roque), durante a qual era concedida a bênção à cidade.
A tela com o tema da Imaculada Conceição, data da primeira metade do séc. XVIII (Cerca de 1730) e embora não esteja assinada é atribuída ao pintor italiano Giovanni Odazzi. Este quadro apresenta muitas semelhanças com uma outra atribuída ao mesmo autor, com o mesmo tema, e que se encontra no Palácio de Mafra. Ambas deverão seguir o modelo pictórico de Carlo Maratti, com o qual apresenta igualmente grandes semelhanças. Pertencente à igreja da Misericórdia de Tavira, a sua proveniência remete-nos para a época de D. João V que provavelmente doara a pintura à igreja do antigo hospital de São José no objetivo de valorizar o seu espaço interior.
Imaginária
Na imaginária é de realçar a imagem de Nossa Senhora Rainha do Mundo, do séc. XV, da Igreja de Santiago, um dos mais antigos espécimes escultóricos em madeira; a imagem de Nossa Senhora com o menino que data também do séc. XV e que tecnicamente seria o orago do Retábulo-mor da igreja durante o período pós-medieval.
Ourivesaria e Indumentária
São apresentadas variadas peças de ourivesaria de prata e outros metais, e indumentária que inclui paramentos e outras alfaias de culto.
Destacam-se a custódia de prata dourada do séc. XVIII, magnífica obra de ourivesaria; e dois cálices, um do séc. XVI, de prata branca esculpido na base com os símbolos da Paixão, e outro do séc. XVII, de prata dourada.
Quanto à paramentaria há que destacar o paramento rico de Santa Maria (casula e dalmáticas) do séc. XVI; o pluvial do séc. XVIII, da mesma igreja; e a casula do séc. XVIII, de damasco de seda verde brocado a ouro, da Igreja de Santiago.
Referem-se ainda a estante de missal e o cofre eucarístico de madeira lacada de negro e ouro, com aplicações de madrepérola, de Arte Namban do Japão, do período Momoyama-Edo, séc. XVI/XVII. Apresentam-se ainda um missal do séc. XVII (espécime original pela profusão de ilustrações) e um exemplar das Constituições Sinodais do Bispado do Algarve de 1672.
